São 1:33, o ônibus saiu
com uma hora de atraso, um transito leve quase inexistente para a "Paulicéia"
me pega no caminho, agora seguimos bem. Do meu lado direito um rapaz ronca, um homenzarrão que
umas amigas iriam adorar e ele ronca com proporção ao seu tamanho, dou uma
olhada vez ou outra, tenho essa mania quando alguém esta dormindo por perto, é
um pouco por achar bonito e um pouco por querer estar capotada igual a ele.
Minha
visão é essa telinha de 4 polegadas, o braços do homenzarrão que acabou de se
mexer, as luzes dos carros lá fora, os outdoors e um relógio que fica variando
hora, temperatura e a frase "Proibido Fumar".
66% de
bateria eu mal comecei a viajar, vou parar de escrever me concentrar na vista, lá
fora um breu sem fim, lembro de quantas vezes já fiz esse caminho muitas dessas
vezes carregada de saudades, lembrei não sei bem por que da minha agenda eletrônica da
minne, presente da minha madrinha acho que em 96 ou 97, senti saudade dos meus
avós, dos natais das malas cheias de coisas da Barbei, pensei na Laura e no
Gustavo, em como a vida segue e nos preenche com novos sentidos.
O grandão parou de roncar talvez a apneia o tenha sufocado, dane-se é minha deixa para tentar dormir.
(3 minutos depois)
Ele voltou a roncar e eu voltei a escrever, podia ter baixado o Angry Birds, estou louca por um café, não que isso vá ajudar a dormir, queria alguém para conversar, aparentemente dos talvez 30 passageiros eu seja a única acordada.
São 4h, acabo de me deliciar em um copão de café gelado, falta metade do caminho a bateria tá em 49% graças ao maravilhoso modo avião, só mais duas horas de estrada...
Seria bom se sempre soubéssemos quanto nos falta de estrada até o destino, até o desejo alcançado, até a vontade ter fim, até sentir que chegamos no nosso lugar.