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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Arestas

Li uns 500 textos sobre Frequência afetiva. Alguns explicando aspectos que particularmente acho ridículos como: “quem tem que ligar para quem” (MEU CU), outros que ressaltavam “aspectos psicológicos de cada indivíduo dentro da relação” e até textos que diziam que “isso é desculpa”.

Fato é que a frequência afetiva existe em todas as relações não só no amor romântico e que ela precisa ser compreendida, aplicando aqui o sentido mais belo da palavra compreensão. 

A sociedade em um dado momento disse para a gente que amor é constância, exclusividade e eternidade, entre outros padrões que se alteram por questões culturais. Assim nasceu a falsa crença no modelo de "relacionamento ideal". 

A frequência afetiva envolve uma gama de interpretações e sinais, nem sempre simples de serem detectados, as vezes algo relevante para você pode não ser nada para o outro. Dia desses estava com um amigo na balada ele me abraçou e disse “te amo”. Na sequência, eu lhe disse “também te amo, de verdade”. Então ele me falou “lógico que é de verdade”. Eu não estava pensando no aspecto de ser verdade ou mentira, mas queria dar a ele certeza que o meu te amo também era genuíno. Enquanto para ele, eu responder apenas "também" seria suficiente. 

Tenho uma amiga que sai com um cara que nunca dorme na casa dela. Os dois se divertem juntos, conversam, transam, mas ele nunca fica a noite toda com ela. Dentro da frequência afetiva dele isso é algo muito sério para a relação que eles têm, ela acha bobagem, mas o respeita. 

No início de namoro de um amigo, ele achava absurdo o namorado ligar todos os dias na hora do almoço. Particularmente, concordo. Mas nunca reclamou, acolheu a necessidade do outro e adaptou-se, hoje ele acha estranho  não receber a ligação. Já falei diversas vezes aqui no blog como somos adaptativos e é bom ressaltar que nossa frequência afetiva também não é estática. 

Aceitar com leveza e entender que a frequência afetiva da sua relação não precisa ser como todo mundo acha que deveria não é uma tarefa simples. Eu mesma tive um namoro em que achavam estranho a gente não se ver todos os dias do fim de semana. Para a gente funcionava bem, mas as pessoas cobravam tanto que as vezes nos forçávamos, a troco de nada, o único resultado era tédio. 

Assimilar nossa própria frequência afetiva, sentir-se livre para lidar com ela leva tempo, exige uma maturidade e compreensão de que sentimentos não podem ser mensurados, porque nos temos, construímos, também encontramos necessidades e desejos distinto dos padrões, bom que seja assim.



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Aqui

Ontem fui beber com minha melhor amiga desde o colégio, uma barata subiu na parede da mesa onde estávamos, apesar de estar mais receptiva ao calor esse é o tipo de acontecimento que ainda me broxa em relação a ele.

Essa semana deixei de seguir o último coxinha "ativo" no meu Twitter,  superei por um tempo os comentários dele pelas informações inteligentes oferecidas, mas ele deu RT em um hater de uma jornalista que amo e respeito, que fez e faz texto que retratam tudo aquilo que acredito, qualquer pessoa que seja a favor de comentários ofensivos destinados a ela, não pode me dar nenhuma informação tão relevante assim. Unfollow 

Sexta sai com o pessoal e descobri um bar onde passo faz uns 10 anos, nunca entrei, mas agora está na lista dos meus lugar favorito, caipirinha por 5 reais e um banheiro inutilizável. 

Queria ter visto a galera da faculdade no sábado, mas tinha visita em casa, dessas visitas gostosas de se receber, aí não deu para ir, também não liguei pro meu pai e enquanto estava no banho lembrei de uma transferência bancária que não fiz.

Nesse correr natural de tudo, ir ao cinema na quarta-feira, almoçar na casa de alguém domingo, se indignar com o jornal da manhã, ir em mais uma reunião que poderia ter sido um e-mail, transar, passar no mercado, morrer de rir com alguém as 4h da manhã, escrever um texto, é que surgem os remansosas da vida, como é bom viver o presente.