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domingo, 25 de novembro de 2012

O fim do mundo


O mundo vai acabar em menos de trinta dias e eu ainda não decidi onde quero estar quando as estrelas começarem a cair (Não sei se vão cair estrelas, mas achei que seria um fim bonito).

Pensei em todas as chances que a vida me deu e deixei passar, todos os eu te amo que  não gritei, os cortes bizarros de cabelo que não fiz, como seria ter ido para Patagônia?, as pessoas que não dei atenção, as que não cativei e nem me deixei cativar, os cafés, as vodkas e os restaurantes que deixamos para depois e agora não tem mais depois.

Eu queria ter ido pra um país bem diferente do meu, ter encontrado uma religião que me fizesse acreditar,tentado fazer sei lá a Intata alguma vez,  feito todas as tatuagens que pensei, namorei, medi e idealizei, ter casado (Sei que ninguém imagina isso, mas é algo que queria para minha vida), ter escrito um livro (O TCC conta como livro?), aprendido a andar de bicicleta, dirigido na areia e voado de balão.

Bom mas que importa tudo isso agora? todo mundo vai mesmo pro saco, novo, velho, solteiro, casado, rico, pobre, é por isso que resolvi aproveitar o fim do mundo, vou passar os meus últimos dias fazendo só o que eu quiser, que se dane as regras, os conselhos, as horas de ponderação, vou ser livre pra falar e fazer o que eu quiser, ver e sorrir só para pessoas que me encantam e simplesmente excluir a palavra procrastinação da minha vida.

Não acredito realmente que o mundo vá acabar em 2012, mas já pensaram como seria confortante saber precisamente quantos dias temos, podendo viver exatamente como a gente idealizou? Gosto da ideia consciente de que é nossa ultima chance de fazer algo, que o depois não existe, por que ele realmente não existe, o mundo pode não acabar em 2012 mas a gente não é eterno. Nada é.



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Transbordando


O travesseiro ainda esta meio úmido, tento me convencer de que dormi com o cabelo molhado ontem e penso em levantar.

E quem eu estou querendo enganar? não lavei  meu cabelo ontem,  mal quero me mexer, quanto mais romper o silencio do meu quarto e ver outras pessoas, o telefone tocou três ou quatro vezes mas eu estava aqui olhando a cortina e por isso não pude atender.

Hoje ficou determinado que o meu problema idiota é mais importante que qualquer outra coisa, que a vida verdadeiramente difícil de alguém não vai me servir de parâmetro, eu quero ficar amargando o meu probleminha insignificante.

Eu vou ficar aqui de pijama o dia todo na cama com quatro travesseiros e uma porção de músicas lindamente tristes, pra chorar, pra chorar absurdamente mesmo sabendo que isso não vai mudar nada.

Hoje eu vou me deixar sofrer intensamente, de peito rasgado  acreditando que nada mais vai dar certo, mas só hoje, porque amanhã eu tenho outras coisas pra fazer.