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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Forma e formas

Nunca entendi pessoas que não comem pudim, é quase inexplicável o alento que sinto quando a colher corta aquele doce liso, (as vezes ele é aerado, mas gosto mesmo dos lisos e uniformes) gosto quando a calda forma uma casquinha bem fina na parte de cima e é pouco caramelada, bem líquida. 

O melhor pudim do mundo era o da minha vó, mas você não pode mais comer ele, era exatamente como eu descrevi, feito em uma forma grande de alguma forma meio mágica ficava sempre igual e nunca quebrava. 

Existem uma porção de cheiros, gostos, sons, que nos são familiares, uma porção de coisas corriqueiras, singelamente grandiosas, normalmente nos trazem um conforto enorme quando encontrados, como se fosse um recado da vida de que tudo está bem. 

Tô começando a desconfiar que é por isso que gosto do cheiro de sabão em pó na camiseta dele. 


quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Doralice

Cresci em uma família de classe média, acostumada a algumas "regalias" típica do bairro Paulista onde vivo, durante alguns anos dividíamos com uma vizinha quatrocentona, o andar, a origem familiar do Norte Pioneiro Paranaense e a funcionária, duas vezes por semana no 52 outras duas no 53.

Dora veio trabalhar em casa quando eu tinha uns 11, 12 anos, uma senhora negra, de voz doce, foi ela com toda sua doçura que me explicou que existiam linhas sociais, invisíveis mas que eu e ela estávamos em lados opostos. 

Dora não sentava no sofá, não comia primeiro, aceitava o que nos oferecíamos com muito receio, se constrangia quando eu chegava do colégio e dava um beijo nela. 

Uma vez questionei porque ela usava o banheiro lá de fora, o cômodo era um amontoado de prateleiras, onde se guardava pano de chão, tábua de passar, vassouras, rodos e também onde ficava a cama do cachorro. 
"-Não dá para usar esse banheiro.
-Mas é o meu banheiro."

Dora começou a trabalhar com 9 anos na casa da vizinha, que vivia com o marido e três filhos homens (praticamente da mesma idade dela), veio "ajudar" mas era muito bem "cuidada", estudou, ganhava roupas, sapatos, presente de natal, era como uma "filha". 

Na verdade Dora teve a infância ceifada, nunca teve carinho, perdeu o contato com  os pais, deixou a casa dos patrões só quando se casou - passou sua noite de núpcias no seu quartinho sozinha. Quando a família veio para São Paulo, o quarto se transformou no banheiro de Dora. 

Hoje sei que despretensiosamente, Doralice em nossas longas conversas, sem nunca ter lido Marx ou Gilberto Freyre, me ensinou muito sobre luta de classes e realidade brasileira. 

Semana passada lendo a respeito da faxineira demitida por ter usado o único banheiro da casa em que trabalhava, recordei-me dos ensinamentos empíricos da minha professora. 

Fiquemos atentos, o mesmo tipo de gente de "bem" que acha natural separar banheiros, acha normal escravizar pessoas. 


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Incólume

Nos últimos tempos peguei um amor incondicional por manteiga, manteiga de verdade, antes vilã, ela agora é a "queridinha" dos adeptos da "comida de verdade", assim como o ovo e o abacate, o momento difícil da manteiga não é mais lembrado. 

Passei as duas últimas semanas sozinha em casa, o que não é muito anormal desde que eu tinha uns 16 anos e deixei de ir em viagens de férias com meus pais. 

Pensei muito no correr desses dias que envolveram grandes períodos de silêncio, uma dieta baseada em pão, presunto, queijos, tomate, pavê de abacaxi (que estava realmente incrível), bons disco, muito incenso, alguns cigarros e longas caminhadas. 

Apesar de ir para rua nos momentos tediosos, esse tempo só comigo fez eu me tratar com mais doçura, me peguei gargalhando sozinha uma porção de vezes e como não acontecia há muito tempo, olhei para mim e me vi inteira. 

Parece que assim como o momento difícil da manteiga, o nosso também deixou de ter valor. 



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Que cor?

Normalmente eu falo muito, mas quando algo me deixa muito impactada demoro para processar as informações. Algumas semanas atras alguém me procurou querendo um conselho, que só agora depois de digerir tudo que aconteceu consigo dar. 

Uma vez brincando de elefante colorido no muro da escola, pulei me desequilibrei e cai, fui de cara no chão, doeu muito, fiquei sem ir para aula dois dias, não subi na mureta por mais uns três, depois disso eu era a melhor em subir e em pular de lá também. 

Sei que as vezes a vida dói, mas é preciso superar, seguir e voltar a confiar, nos instintos, nos sentimentos e nas pessoas. Falar é sempre mais fácil, sei disso também, apesar das dores a vida é ainda maravilhosas.

Se abre pro mundo mesmo que seja por vingança, só pra mostrar como você está feliz e superou o que aconteceu, que aquilo é tão longe hoje que você já não lembra mais. E para mesmo de lembrar. 


As vezes a gente quebra a cara e dói, dói muito, mas subir no muro de novo e voltar a pular é importante, quando alguém gritar sua cor, pula, esse é o melhor conselho que tenho para dar. 


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Arestas

Li uns 500 textos sobre Frequência afetiva. Alguns explicando aspectos que particularmente acho ridículos como: “quem tem que ligar para quem” (MEU CU), outros que ressaltavam “aspectos psicológicos de cada indivíduo dentro da relação” e até textos que diziam que “isso é desculpa”.

Fato é que a frequência afetiva existe em todas as relações não só no amor romântico e que ela precisa ser compreendida, aplicando aqui o sentido mais belo da palavra compreensão. 

A sociedade em um dado momento disse para a gente que amor é constância, exclusividade e eternidade, entre outros padrões que se alteram por questões culturais. Assim nasceu a falsa crença no modelo de "relacionamento ideal". 

A frequência afetiva envolve uma gama de interpretações e sinais, nem sempre simples de serem detectados, as vezes algo relevante para você pode não ser nada para o outro. Dia desses estava com um amigo na balada ele me abraçou e disse “te amo”. Na sequência, eu lhe disse “também te amo, de verdade”. Então ele me falou “lógico que é de verdade”. Eu não estava pensando no aspecto de ser verdade ou mentira, mas queria dar a ele certeza que o meu te amo também era genuíno. Enquanto para ele, eu responder apenas "também" seria suficiente. 

Tenho uma amiga que sai com um cara que nunca dorme na casa dela. Os dois se divertem juntos, conversam, transam, mas ele nunca fica a noite toda com ela. Dentro da frequência afetiva dele isso é algo muito sério para a relação que eles têm, ela acha bobagem, mas o respeita. 

No início de namoro de um amigo, ele achava absurdo o namorado ligar todos os dias na hora do almoço. Particularmente, concordo. Mas nunca reclamou, acolheu a necessidade do outro e adaptou-se, hoje ele acha estranho  não receber a ligação. Já falei diversas vezes aqui no blog como somos adaptativos e é bom ressaltar que nossa frequência afetiva também não é estática. 

Aceitar com leveza e entender que a frequência afetiva da sua relação não precisa ser como todo mundo acha que deveria não é uma tarefa simples. Eu mesma tive um namoro em que achavam estranho a gente não se ver todos os dias do fim de semana. Para a gente funcionava bem, mas as pessoas cobravam tanto que as vezes nos forçávamos, a troco de nada, o único resultado era tédio. 

Assimilar nossa própria frequência afetiva, sentir-se livre para lidar com ela leva tempo, exige uma maturidade e compreensão de que sentimentos não podem ser mensurados, porque nos temos, construímos, também encontramos necessidades e desejos distinto dos padrões, bom que seja assim.



quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Aqui

Ontem fui beber com minha melhor amiga desde o colégio, uma barata subiu na parede da mesa onde estávamos, apesar de estar mais receptiva ao calor esse é o tipo de acontecimento que ainda me broxa em relação a ele.

Essa semana deixei de seguir o último coxinha "ativo" no meu Twitter,  superei por um tempo os comentários dele pelas informações inteligentes oferecidas, mas ele deu RT em um hater de uma jornalista que amo e respeito, que fez e faz texto que retratam tudo aquilo que acredito, qualquer pessoa que seja a favor de comentários ofensivos destinados a ela, não pode me dar nenhuma informação tão relevante assim. Unfollow 

Sexta sai com o pessoal e descobri um bar onde passo faz uns 10 anos, nunca entrei, mas agora está na lista dos meus lugar favorito, caipirinha por 5 reais e um banheiro inutilizável. 

Queria ter visto a galera da faculdade no sábado, mas tinha visita em casa, dessas visitas gostosas de se receber, aí não deu para ir, também não liguei pro meu pai e enquanto estava no banho lembrei de uma transferência bancária que não fiz.

Nesse correr natural de tudo, ir ao cinema na quarta-feira, almoçar na casa de alguém domingo, se indignar com o jornal da manhã, ir em mais uma reunião que poderia ter sido um e-mail, transar, passar no mercado, morrer de rir com alguém as 4h da manhã, escrever um texto, é que surgem os remansosas da vida, como é bom viver o presente. 



sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Sobre ser mulher (Todos os dias)

É muito difícil escrever sobre o que nos machucou. É doloroso reviver um sentimento que parecia já estar superado. 

Essa semana uma mulher foi abusada dentro de um ônibus na avenida paulista, outra em um ônibus no RJ. O problema é que elas não foram as únicas. O problema é que isso acontece todo dia, o tempo todo. Aconteceu com uma estudante de Relações Públicas, quando ela estava indo pra faculdade no primeiro ano. (18 anos - 2008)

O que posso dizer para vocês é que realmente é horrível. Eu não gritei, eu nem vi a cara dele, 18h em um ônibus lotado. Incialmente pensei em descer, mas tive um medo absurdo dele descer atras de mim, chorei, chorei de nojo, de vergonha, de medo, as outras pessoas não fizeram nada. 

Desci no ponto final do ônibus, fui ao shopping, lavei meu braço e a ideia de um total desconhecido ter ejaculado em mim era nauseante. 

Até hoje não gosto de pegar ônibus, não que no metrô, no táxi ou Uber eu não tenha tido nenhum problema, afinal sistemicamente o problema nasceu comigo, eu sou mulher! nascer mulher te expõe ao risco, horrível que seja assim, mas ainda é. 

Relutei se valeria a pena escrever sobre isso até hoje a tarde quando vi pipocar no facebook um monte de textão falando que ninguém sabe como ela se sentiu. A gente sabe, a gente que é mulher sabe porque um doente já ejaculou no meu braço, outro enfiou a mão embaixo da minha saia, outro já me seguiu uma rua inteira, outro já se masturbou do meu lado no cinema. 

Mas parece que nem todo mundo acha constrangedor isso acontecer todos os dias em todos os cantos, com todas as mulher, o tempo todo. 










quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Encastelar


Sábado estava com meu sobrinho na fila de um brinquedo, entre uma e outra criança alguns puxaram assunto conosco, "vamos nesse?, vamos naquele?, vocês vem aqui sempre?", exatamente assim, mil perguntas em 10 minutinhos de conversa, apesar da minha falta de tato para com crianças, de estar brigando com o Gustavo que não conseguia tirar os sapatos, tentei responder a todos. 

Chegada hora de dar tchau para nossos novos amigos, fui metralhada por perguntas novamente: 
-você volta amanhã? 
-vocês vem amanhã que horas? 
-ah, mas volta amanhã 
-volta, vai ser legal! 
-eu venho! 
-quando vocês vão voltar? 

Não sou a pessoa mais saudosista da infância vocês bem sabem, na verdade não sou saudosista, um pouco esperançosa, guarda a sensação que o passar do tempo nos melhora, muito (ainda bem!), mas diante daquelas perguntas tão espontâneas, senti saudades de ser como eles. 

A gente cresce e cria uma porção de travas, uma sucessão de portas quase intransponíveis e nos convencemos que essas reservas são extremamente importantes. 
Ainda que nos encantemos por algumas pessoas, deixar que novas almas venham habitar nosso pobro mundinho livremente é uma tarefa cada dia mais difícil. 

Deve ser por isso que agora dizemos tão pouco: 
-você vem quando? 
-volta amanhã! 
-fica! 



quarta-feira, 5 de julho de 2017

Seu corpo é maravilhoso


Moça, 
fazem algumas semanas que estou querendo te escrever essa carta. Sabe, no dia que conversamos, fiquei muito incomodada e vou te explicar o motivo. Tenho 27 anos, nunca fui a mulher que a sociedade idealizou. Quando eu era magra, na minha cabeça eu já era gorda (usava 44). Vamos entender que sou mulher, sou gorda e gosto do meu corpo, mesmo que as revistas digam que o número 48 não é bom. 

Moça, não sou casada, mas quero te contar umas coisas que já aprendi sobre amor. O amor é um sentimento incrível em que a aparência importa muito pouco. No começo você até pode se interessar pela aparência das pessoas, mas depois existem tantas coisas mais relevantes que isso, que frases do tipo "casei só porque ele tem olhos azuis" não fazem nenhum sentido. Isso não é o foco, pelo menos não o das pessoas com quem eu quero ter alguma relação (qualquer que seja a relação). 

Quando você me contou que seu marido estava te tratando de outra forma porque você engordou, comecei a achar ele um babaca e quando ele disse que você não podia comer o segundo bombom tive certeza (aliás ele comeu 3). Você justificou que ele casou com você magra então que você não poderia engordar. Moça, o corpo é seu, só seu, você pode tudo com ele, tudo mesmo. 

Isso que ele faz você acreditar que é "cuidado" chama abuso psicológico. Por isso que dói tanto quando ele te fala que não quer ter filhos porque você vai ficar muito gorda, quando ele diz que é por causa do segundo pedaço de pizza que você está assim, ou quando ele vê uma mulher gorda na rua e diz "se você ficar assim eu me separo". 
Sabe, preciso te contar que ser gorda não é um problema, mas estar casada com alguém como ele é. 

Você é uma mulher linda, espero que em breve você se conscientize disso. Que você se olhe no espelho e compreenda seu corpo, quando isso acontecer o que as pessoas dizem sobre ele não terá importância, aí você decide se quer ou não comer o segundo bombom. 

Com carinho.



sábado, 17 de junho de 2017

Germinar

O microondas de casa pifou na terça e o moço que viria consertar me deu o cano ontem.

Hoje cedo esquentei o leite no fogão, uma experiência interessante, aparentemente corriqueira, fiquei lá olhando a leiteira que continha uma única xícara de leite, não deixei ferver e mesmo assim era um leite infinitamente quente. 

Fui esfria-lo, um movimento muito velho que consiste em passar da leiteira para a caneca e da caneca para a leiteira  repetidas vezes. Nesse ir e vir me lembrei da minha madrinha esfriando minha mamadeira, pensei na sensação serena que a quentura do vidro me oferecia. Sorri, pensei na mulher que sou hoje e na menininha que esperava a mamadeira na beira da pia.

No vai e vem do leite pensei na nossa pressa, na nossa tentativa de controlar tudo, no tempo de maturação das coisas e na nossa falta de fé e paciência para esperar. 

Quando será que a gente aprendeu a "desesperar"? 





sexta-feira, 2 de junho de 2017

Dá a mão e vem comigo.



Na minha família dificilmente existem declarações de sentimento dramáticas, normalmente em casa eu te amo vem com uma piada em seguida, se chorar já dá risada e toca o barco, talvez por isso manifestações sentimentais efusivas não sejam meu forte. Minha avó costumava demonstrar amor com uma bela macarronada, cuecas viradas em quantidades absurdas e descascando laranjas. 


Todos os dias depois do almoço meu avô chupava uma laranja, ele sabia descascar laranjas (Confesso que até hoje -27 anos- não sei) minha avó fazia mil coisas para ele, mas a laranja era só pra ser legal, só para mostrar afeto, a laranja era o eu te amo de todos os dias deles. 
Que particularidade bonita. 

Demorei muitos anos para entender as peculiaridades em demonstrar sentimentos, dentro e fora da minha família, decodificar que naquela ligação "tô passando aí desce pra me ver" tinha saudades, que o "refri grande é só um real a mais", era carinho, que em todos os "se você estiver afim eu vou junto" havia companheirismo e naqueles "tudo vai ficar bem" nas piores horas existia amor. 

Tenho preguiça do bom dia todos os dias - se eu mandar bom dia, boa tarde ou boa noite para alguém  é porque realmente estou afim, não é uma regra pré determinada, possuo uma espécie de problema com regras. 

Particularmente prefiro mensagens ou ligações as 4h que me acordem só pra ir ali tomar um café ou comer uma coxinha do que o tal bom dia todo dia.

O que me acalenta são os afetos dados subliminarmente, as conversas profundas, a parceria, as pequenices do dia-a-dia, peculiaridades de declarações silenciosas e espontâneas sem compromisso diário, por isso presta atenção se eu perguntar como foi seu dia hoje ou te fizer um misto quente no café da manhã - aceita, aceita que deve ser amor. 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Rúptil


Vamos conversar sobre fragilidade. Nunca fui boa em expor minhas fraquezas, lembro até hoje do dia em que meu pai morreu e também do dia em que chorei copiosamente na escola enquanto montava um quebra cabeças, não lembro se contei o porque mas queria muito ir embora, queria que as pessoas parassem de perguntar o que estava acontecendo. Eu tinha 5 anos e a ideia de ser a menina que o pai morreu era aterrorizante e acho que só me desfiz permanentemente dela quando já tinha 19.

Lembro que certa vez uma amiga me disse que minha vida era perfeita, aquilo me ofendeu tanto, e minha revolta era comigo, não com ela, pensava nas inúmeras vezes em que quis desistir de tudo, nas horas em que administrar, curso, trabalho, inglês, faculdade pesou muito e chorei sozinha no meio da Sé as 7:00 da manhã de um sábado e mesmo assim fui fazer tudo que precisava, dei bom dia, sorri, fiz trabalho em grupo. Por dentro eu estava destruída. 

Sempre achei que falar não solucionaria o problema, então era uma exposição sem nenhuma necessidade. 
Não tenho problemas em dizer te amo, menos ainda em revelar que não gosto de alguém.
A questão fica nas nuances de tudo isso, o máximo de resposta negativa que você vai ter ao me perguntar se está tudo bem é "caminhando", e sempre atribuí isso ao fato de achar que a vida tem um modo operante que sempre nos favorece, somos construídos por nossos experiências (boas e ruins). 
Conversei uma vez com minha analista sobre isso, se expor para alguém é se desnudar para essa pessoa e isso é muito mais difícil do que tirar a roupa.

Entregar nossas fraquezas, revelar nossos medos mais simples é oferecer ao outro um poder enorme sobre nós, e isso é assustador, mas não deveria nos fazer esquecer que é uma das formas mais bonitas de se revelar para alguém. (As vezes eu esqueço.) 

Onze Horas - Saulo Duarte e a Unidade