Hoje eu fui no cabeleireiro, "zuando" a métrica feminina de
que sempre mudamos nosso cabelo acreditando que tudo vai mudar, é como se
conforme a cor vai se alterando e o tamanho do cabelo se perdendo a vida
ganhasse um novo gás, claro que a maioria de nos é plenamente ciente que isso é
mentira, mas hoje eu queria me "iludir".
Tomei um banho incrível, com direito a esfoliação e muita
espuma, e parti para o salão, chegando naquele ambiente que não é propriamente o que mais me agrada já que tem muita mulher,
muita conversa de novela e risadas fúteis, comecei a pensar no que me
interessava, qual o corte? Troco ou não a cor?
Permanecia com o meu dilema, quando a cabeleireira me chamou para a melhor parte desse
ritual, o lavatório, particularmente sou apaixonada por ter pessoas lavando meu
cabelo, aproveitei esse momento de tranquilidade para fingir que não me importo
com a ligação de hoje cedo, com o "mocinho" do momento ou com
minha conta prestes a entrar no vermelho.
Viajando nos meus dilemas quase esqueci o principal deles :
Qual o corte?, estava ali na frente do espelho rodeada por todas aquelas
mulheres, sem maquiagem, sem esmalte, de cabelo molhado, me sentindo a pessoa
mais feia do universo, quando veio a
pergunta: -Vamos fazer o que? e assim como alguém que não tem nenhuma opção ou
coragem de mudar eu respondi: -Pode manter o mesmo corte e tirar as pontas
quebradas. Seria bom levar isso para a vida, mantenha o que eu gosto e tirar de mim as partes quebradas.
Quando eu tinha 13 anos pedi para minha mãe me deixar raspar
a cabeça, não existia nenhum propósito especifico nisso, só era algo que eu tinha vontade de fazer, claro que
minha mãe não deixou, hoje eu tinha a opção de raspar o cabelo, mas não tive coragem, acho que não tenho mais coragem de mudar muitas coisas, ir ao "cabeleireiro" já foi bem mais divertido.