O Coelho de Porcelana

Ando pensando bastante nos tempos e espaços que me cabiam e hoje não me cabem mais...

O espaço dos dias vem se tornando curtos, em relação ao tempo que as atividades que exerço se estendem , maiores do que em qualquer tempo que me lembro, talvez o mais triste do passar dos anos seja a auto-cobrança, ninguém gosta de ser cobrado e nos cobramos o tempo todo.

Antes eu sentava no sofá sobrava muitoooo espaço e meu pé não alcançava o chão, hoje o espaço que sobra é menor meu pé está no chão e minha mente quase nunca esta comigo quando estou jogada nele.

A gente tem sede de ordem, compromisso e obrigação, nos obrigamos a nos divertir, nos obrigamos a ter outro, nos obrigamos à solidão por minutos de espaços e tempos LIVRES, e dormimos menos, nos internetamos mais, pensamos menos, corremos mais.

Os lugares onde estamos onde vamos ditam para os outros quem somos, ditam nossas crenças, ditam o que dizer o que calar, ditam o modo certo para se comportar e bizarro é que a gente acata essas ordens.

Dia desses notei que o que tem me faltado não é tempo e sim espaço, estou maior... (não tô falando nem de peso nem de altura ok!?) e nosso espaço é um reflexo nosso, mas nos somos reflexo no nosso tempo... 

 

"Quando fui Chuva"- Maria Gadú e Luis Kiari

Balões de Gás.

Vivo em uma cidade que não para, trabalho, estudo, vou pra balada, pinto as unhas, seco o cabelo e não saio de casa sem maquiagem, me importo com coisas serias e perco uma parte considerável do meu tempo com coisas fúteis. Nada disso justifica eu vir postergando pontos finais com fatos e pessoas na minha vida e ainda essa auto-sabotagem do que me faz bem... 

Acredito que todos tenham o direito de pensar o que bem entenderem de mim, sei que geralmente a primeira impressão sera destruída, seja em razão de me acharem “fina e delicada” e de repente descobrirem a verdade rs ou por qualquer outro motivo, isso não me afeta como pessoa. 

Lembram-se quando eramos crianças e saiamos de parques ou restaurantes e ganhávamos aqueles balões de gás hélio??? não vejo muitas crianças brincando com eles hoje, particularmente balões sempre me agradaram o triste é que ainda que você tome cuidado para não estourá-los eles murcham.

Deixamos de realizar coisas prazerosas como ficar sem fazer absolutamente nada com um velho amigo, deixamos que algo simples como levar o doce preferido de alguém para casa sem motivo passe desapercebido como se nada fosse, tornam-se desimportantes instantes irreparáveis,"a gente perde um tempo que não sabe se tem..." se prende em balões sem conserto por se agradar de suas cores.

O que me afeta como ser humano são esses burocratizações dos acontecimentos, essas situações sem ponto final, as culpas que não são minhas e que me são “dadas” para o conforto do outro e todos esses fiozinhos laçados no meu punho.

Quanto valem as pessoas? Não tô falando de valor moral, puritano, instalado socialmente, tô falando das coisas que são provocadas quando conversamos, brigamos ou rimos, a vida é montada nesses valores que sentimos e tentamos camuflar,“Tenho fobia de preconceito, julgamentos e mentiras”.

Mesmo que as cores e formato do balão ainda lhe agradem, deixar ele pendurado no pulso não é mais divertido momentaneamente pode ser triste mas você deixa pra lá, escolhe outro mais bonito e geralmente maior.


"Os Anjos"- Legião Urbana

Aluga-se

Tenho tanta coisa para contar das minhas ultimas descobertas a vocês, a mais incrível delas é que fui para a Argentina, o que para boa parte das pessoas que eu conheço pode ser bem comum, mas com 21 anos eu consegui sair do meu país pela primeira vez e me Bancando e sim isso é uma grande coisa.

Por lá foi tudo tão Muito* que merece um texto bem destrinchado dessa experiência, fica aqui lavrado meu compromisso de que vou relatar tudo que vive durante os 5 dias na terra dos Hermanos, mas isso fica para uma data ai mais pra frente... hoje vamos falar de outra coisa.

Estou com uma Ansiedade descomunal, muitos relatam como borboletas no estomago, outros como aperto no peito, sensação de que algo esta para acontecer, pressentimentos, e até “gases” rs, pra mim é só ansiedade mesmo, essa inquietude na alma.

Verdade é que estou com vontade de ter casa, e vejam bem não to falando de lar, moradia, casa é pra onde você vai quando o mundo começa a te “comer” é pra quem você pode mesmo correr, já mudei de “endereço” algumas vezes, mas desde a ultima mudança estou vivendo em “hotéis” não que isso seja ruim, pelo contrario é ótimo... lençóis de percal são sempre mais macios, mas estou sentindo falta de sair e levar a chave comigo.

O Mais estranho é que sempre que minha ansiedade aparece ela costuma ter ligação com meu antigo endereço, mas como não mora mais lá, não me recordo do caminho de verdade não quero mesmo lembrar,foi custoso esquecer, só quero parar de sacudir os pés desatinadamente e de comer como uma maluca rs.

O Problema é que a gente anda meio Alice e essa presença tem se tornado tão constante que chegamos a pensar que ela já era um novo Alters, criticamos tanto pessoas que não sabem o que querem e acabamos nos encontrando na mesma situação. Só sei que não quero mais viver em “condomínio”, to afim de casa térrea onde ninguém controle MEU som.