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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Diagnostico


Acordei com a garganta ruim hoje, o ar não vai, não vem, já tomei 3 ou 4 comprimidos e nada , a respiração tá estranha, sem compasso, não vai dar jeito, vou ter que ir no hospital.

O médico já é um grande conhecido por conta da gastrite e uns outros probleminhas do tipo "rim", sem muitos rodeios já fui logo contanto tô sentindo um treco estranho, dá umas tremedeiras as vezes, um nó...

- liga para ele, liga que passa.

Médicos e esse ar de sabedoria soberana, quem falou que eu quero ligar? Não pode me dar uma injeção, a porra de um antibiótico?

Mal me examinou e foi  falando que eu  to sofrendo de  paixonite aguda, saiu enumerou um a um os sintomas e no final não me receitou se quer uma vitamina C, para curar isso.

Não vou ligar para ninguém, isso tem que ter algum outro motivo, muito precipitado esse médico, não vou ligar.

-Alô...


Ai, to lascada.



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Periclitante


Todos os dias eu me faço a mesma pergunta, exatamente a mesma, vou até o cubículo intitulado de cozinha olho a janela e a questão me vem... será que eu ainda vou olhar por essa janela quando o prédio estiver pronto?

Talvez ninguém tenha nem reparado naquela construção, talvez a obra seja embargada e ninguém nunca circule dentro daquele prédio, para falar a verdade não lembro ao certo quando foi que notei ele ali, subindo, tampouco sei dizer qual foi a razão para ele ter se tornado simbologia da minha agonia.

Eu sei que todos os dias a gente se olha e um fala pro outro: “Você ainda tá ai incompleto e isso acaba quando?”


Não sei quando vai acabar, também não sei se quero ver ele ficar pronto, quem sabe um dia eu vá embora no meio da tarde, caminhe até lá e veja ele de pertinho, constantemente tenho vontade de fazer isso.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Meteorologia

Sua presença nos meus dias foi como chuva , uma quase tempestade de sentimentos, que me molhou, conhecendo cada parte do meu corpo,  me ensopou os cabelos, escorreu pelo rosto, penetrou minhas roupas e esfriou toda a pele.

Sendo chuva despertou sentimentos miúdos, fortaleceu desejos miúdos, reavivou duvidas miúdas, e fez crescer todas essas as pequenices em minha história. 

Implacável na sua apressada passagem, destruiu crenças, desestruturou certezas e dissolveu impossibilidades. 

Fez mais forte meu mar, trasbordou meus rios e fez crescer minhas cachoeiras

Passou, passou e agora faz sol todos os dias, não cai tão somente uma única gota do céu e é melhor que seja assim, depois de ter vivido chuvas torrenciais, gotas não fazem o menor sentido.















sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Esponja


Uma construção que perdeu pilares do seu alicerce, é assim que estou me sentindo agora, um ser  humano em construção com necessidade de reaprender a ter equilíbrio, precisando avaliar o tipo de arranha-céu que quer ter e concertar todas as vidraças que foram estilhaçadas pela pancada.



Imagino que esteja difícil entender o que esta acontecendo comigo, mas acredite quando digo que estou caminhando, alguns dias tem sido mais tranquilos, outros nem tanto, mas esta sendo uma questão de respeito pelas minhas neuroses, meus enigmas e minhas vontades, eu penso muito, eu penso o tempo todo e organizar tudo isso exige tempo.

Perdoa minha dificuldade de me dividir em apenas mais uma pessoa, em só uma pessoa, acata esse instante da minha vida, eu tô tentando me readequar, tô tentando ser alguém mais "solido", me dá sua atenção, seu carinho, sua presença, mas respeita a liberdade que eu preciso para absorver  as coisas que estão comigo agora, o que eu sou agora, onde eu estou agora.

Por favor, me deixa entender que alguém importante para minha vida tá indo morar do outro lado do planeta, deixa eu aprender a administrar minhas lesões, me deixa assimilar que eu perdi alguém que eu amo, amei sem limite nessa vida, dessa vida, deixa eu aprender a conviver com minhas novas realidades, deixa eu me conscientizar de que eu preciso de um emprego que cabe na minha vida, deixa eu me situar das minhas paixões secretas, intensas e frívolas, deixa eu desistir das coisas que não me cabem mais, me dá teu silencio, para eu continuar me achando, que isso tudo vai passar, sem crises e sem danos permanentes.