Hoje cedo esquentei o leite no fogão, uma experiência interessante, aparentemente corriqueira, fiquei lá olhando a leiteira que continha uma única xícara de leite, não deixei ferver e mesmo assim era um leite infinitamente quente.
Fui esfria-lo, um movimento muito velho que consiste em passar da leiteira para a caneca e da caneca para a leiteira repetidas vezes. Nesse ir e vir me lembrei da minha madrinha esfriando minha mamadeira, pensei na sensação serena que a quentura do vidro me oferecia. Sorri, pensei na mulher que sou hoje e na menininha que esperava a mamadeira na beira da pia.
No vai e vem do leite pensei na nossa pressa, na nossa tentativa de controlar tudo, no tempo de maturação das coisas e na nossa falta de fé e paciência para esperar.
Quando será que a gente aprendeu a "desesperar"?
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