Eu me encontrava ali
confortavelmente disposta depois de relatar meu "problema", não
esperava uma solução ou uma palavra de incentivo apenas me mantinha ali para
ouvir as percepções do outro sobre o que eu já não podia mais pensar sozinha, então
a voz veio: "Você quer plenamente, sabe disso, admite no desconcerto
emocional que apresenta contando essa história e não consegue admitir isso
factualmente" ok, nada que eu não soubesse era isso mesmo, era só e
simplesmente questão de aceitar então quando pensei ter chegado ao fim, veio a
pergunta fatídica "Por que?" Iniciando assim a parte difícil, a
parte de admitir meus erros e angustias para um outro ser.
Por que me
"resguardei" desse mal por tempos, achei que estava preparada para
escolhas, achei que seria sempre uma questão só minha que o outra poderia ser
qualquer um, até esse dia até eu querer mudar tudo , até não ser tão lógico e límpido,
e eu mimadamente começar a querer que seja do meu modo, desejar que tudo se
pinte de laranja, que as pedrinhas de brilhante estejam lá para eu passar, não
sei lidar com essa pessoa frágil, exposta, com medo de que em qualquer momento
tudo tenha "fim" e tão inconcebível não querer o fim das coisas, tão impalatável.
Depois de ter relatado
que eu não passava de uma pessoa suscetível e frágil daquela situação que criei
meio sem querer e que agora eu queria
tanto, fui mimoseada pelo silencio, ficamos assim em silencio por um tempo que
não consigo calcular e entendi que estou diante de uma situação que me exige
muito mais que simplesmente aceitação.
“Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali.”
Alice no País das
Maravilhas-Lewis Carroll
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